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sábado, 18 de fevereiro de 2012

Éramos felizes e não sabíamos.


Quando adolescente, fugíamos da escola, ficávamos horas juntos feito dois anjos abraçados,
Olhávamos deitados em uma grama, perto de um lago azul o Por do sol.
Sorriamos como crianças, e acima de tudo, amávamos um ao outro.
Era um amor proibido, mais acima de tudo era um amor verdadeiro;
Eu te amava com todas as minhas forças, e tenho certeza, você me amava mais que tudo neste mundo.
Lembro-me das inúmeras promessas que fizemos de amor eterno.
Lembro-me também das muitas vezes que você me pegou no colo, disse-me olhando fixamente em meus olhos cor de mel, que eu era a única e insubstituível mulher da sua vida. Você me rodopiava até minha visão ficar embaçada e a minha labirintite tomar conta de mim por instantes. Eu queria lhe bater, mas para dizer a verdade, eu adorava sentir sua pele tocando a minha. Era bom, pois caímos juntos e rolávamos feitos dois idiotas, porém, idiotas conscientes e totalmente apaixonados.
Sim, éramos perdidamente apaixonados, e não havia nada capaz de nos separar.
Não sei por que, como, mas anos mais tarde, resolvemos, por decisão sua e impulso meu, tornar esse amor público.
Você queria poder sair comigo e dizer aos seus amigos que tinha uma ‘namorada’; Bom isso era um querer seu.
Algum tempo depois, e as coisas começaram a mudar. Parecia-me que tudo a sua volta, era em prol do nosso mal. Seus amigos, em especial amigas, faziam de tudo para nos separar, e infelizmente estavam conseguindo.
Eram brigas e mais brigas, discussões em cima de discussões.
Eu já estava ficando aborrecida com sua maneira de tentar contornar toda a situação, pois sempre piorava.
Dizia que elas eram apenas amigas, e que mais importante que a amizade que mantivera com elas, era o nosso amor. Aquela altura eu já não conseguia acreditar em mais nada.
Foram noites sem dormir, por sua causa. Horas perdidas dentro do banheiro tentando me manter de pé em frente ao espelho e lembrando dos nossos melhores momentos.
Talvez você tenha tomado conta, para me fazer o pedido. Afinal era um fim de tarde quando você apareceu em minha casa, me convidando para sair. Eu estava toda descabelada, briguei com você por não ter avisado, e depois de aproximadamente uma hora e meia saímos. Até então você havia dito que íamos ao cinema, mas depois me levou para o lugar que nos vivos pela primeira vez.
Fiquei muito feliz, porém ainda pouco caótica, não sabia ao certo quais eram suas intenções, mas tinha certeza que seriam as melhores possíveis, pois o lugar era lindo, assim como o nosso amor.
Foi então que você me pediu em casamento.
Confesso, eu não esperava um pedido assim, por mais que éramos felizes, e apaixonados, talvez não fosse a hora certa. Mas era como se minha razão fosse lutar contra minha emoção.
Enfim, aceitei seu pedido de casamento, e imediatamente comecei a imaginar tudo, vestido de noiva, convidados, como viveríamos depois de sermos apenas um.
Bem, na verdade acho que minha imaginação era muito maior que míseros detalhes, e o real significado desse casamento eu só descobriria com o passar do tempo.
Mas esse tempo foi regredindo, talvez mais que isso, esse tempo foi apagando todo o sentimento que havia entre nós. Afinal, quando nos apaixonamos à primeira vista, éramos adolescentes, e estávamos cegos de amor.
Mais os anos se passaram e muitas coisas já não eram mais as mesmas.
Os ciúmes aumentaram, e insegurança, e principalmente o medo de perder, que fez com que nós deixássemos de viver o nosso amor, para cuidar da insensibilidade alheia.
Os rumos mudaram os planos também, os sonhos e as consequências.
Você teve uma oportunidade maravilhosa, era outro país, era outra visão de mundo e oportunidades. Obvio um amor de adolescência não seria mais importante, um pedido impensável de casamento, não faria diferença alguma.
Você acabou com tudo, toda esperança de futuro. Todas as promessas foram quebradas com uma simples decisão de largar tudo e viver uma outra vida.
Como fui hipócrita em acreditar que amor à primeira vista realmente existisse que paixões são realmente sentimentos verdadeiros e pior, como fui hipócrita em acreditar que o nosso amor seria eterno.
Hoje percebo que não há mais nada entre nós. Sua oportunidade de mudar de vida acabou você voltou para o meu país, para a minha cidade, para o meu coração.. Mas não encontrou a mesma menina mulher, o mesmo sentimento, o mesmo amor.
Pois o tempo responsabilizou-se de enxugar as lágrimas que você fez derramar em minha face. O tempo responsabilizou-se de levar todo o amor que eu sentia, junto com as noites em claro que passei, com os remédios que tive de tomar por conta a minha depressão. O tempo me ajudou a tirar da cabeça, e do coração o que talvez ainda possa revirar minha alma!
Crisostomo.V


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